quinta-feira, agosto 21

Uma Águia sobrevou Avis!

Para começar a história explicamos o espaço temporal, que é hoje, e a altura que foi à pouco (antes de almoço, batia o sol a pique).

Tive que me ‘mexer’, estava eu a trabalhar afincadamente, e tive que me deslocar ao edifício do poder local. (Em trabalho, pequeno aparte para essas pessoas que dizem que fui ‘vadiar’).
Chegado ao Largo do Convento, encontro a área muito sossegada, o que é de estranhar, dado que a quantidade de pombos que costumam estar naquela zona não é pequena.
Verdade das verdades, eles só são muitos porque não prestam para comer, pois se fosse caso disso, de quando em vez lá haveria uns quantos a ser convidados para um petisco com os amigos....
Mas retornando ao que me traz aqui.

Estranhei todo aquele sossego ‘pardaleco’,( porque a confusão do estacionamento automóvel estava instalada à mesma.) mas eis que ouço um som que me é familiar, mas já não muitas vezes ouvido, pelo menos na zona habitacional, que foi o grito de uma Águia. (passa a chamar-se assim)
Para ser sincero e como estava com o sol a toda a força, de princípio pensei ser um pombo, mas nesse caso, era MUITO bem alimentado.
Ela lá fez o favor de se deslocar (rodopiando em círculos como é hábito delas), e então vendo as cores claras do peito, fez-me luz, era uma águia, daquelas que tem um nome em latim e tudo.
Andava a sobrevoar a zona do convento, certamente à procura de antepassados, e glórias passadas (especial homenagem a todos os benfiquistas).
Talvez em busca das ferramentas, que conta a lenda ela escondia...

Mas não, nada disso... Ela andava unicamente à pergunta de companhia para o almoço, assim do género de um pombito... Uma refeição a dois... A águia à mesa, o pombo no prato.
Mas, enquanto por ali estive parado a observar, tão vil atitude da águia, a mesma retraiu-se e não levou ninguém para almoçar fora.
Ah pois, se apanhasse algum pombo dava logo a chibadela à bófia.
E ela ia de cana.

Isto pensava eu com os meus botões, porque ela continuava indiferente a sua busca por algo que pudesse mordiscar.
Num vôo tranquilo, ali estava ela pairando acima do Convento de São Bento, em círculos desenhados ao milímetro.
Foi bonito....

Enchi o peito de ar e chamei-a, gritei como ela...
Tive de gritar várias vezes, e após mandar embora o cartucho (que foi o primeiro a aparecer), 2 cãezitos abandonados, várias vespas que não me largavam e um vendedor de seguros, lá se chegou a mim a águia.
Tivemos ali uma amena cavaqueira, futebol, cerveja, mulheres (Descobri que era um ‘águio’), e como não podia deixar de ser, falámos de Avis (ou Aviz, ou Avíz, cada pessoa escreva como quiser).

Desabafou-me que gritava do alto, e rodopiava tanto por duas razões:
Primeiramente porque assustava-a o estado da zona histórica, deixada ao abandono. As casas desabitadas, cujo proprietários nada fazem por elas, o estado do Convento que dia a dia se degrada... todas aquelas coisas que nos preocupam diariamente enquanto habitantes. (E outras que não posso divulgar que eram muito pessoais)

E segunda razão de sua presença e de tanta volta, havia sido a história que tinha lido neste mesmo blog (pois tem um carácter jornalístico impressionante, de bradar aos céus, tamanha é a aberração).
Entristeceu-se com uma princesa descalça e decidiu vir dar uma vista de olhos. Pois de alto vê-se melhor...


Dado isto agradecia que se a virem a sobrevoar Avis, não lhe atirem pedras.

Mensagem especial: Não era um milhafre, era mesmo uma águia, daquelas com a parte de baixo esbranquiçada

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