terça-feira, outubro 12

Foi aqui ao lado em Ponte de Sor

Organizada pelo "Motor Clássico", realizou-se no passado fim-de-semana em Ponte de Sor o "Revive 1ª Feira Alentejana Clássica". Ao longo de três dias, o Gimnodesportivo da localidade acolheu cerca de 40 peças clássicas, automóveis, motos e brinquedos, vindos das mais variadas zonas do país, em que o objectivo era criar a primeira feira deste género no sul de Portugal e ajudar o Centro de Recuperação Infantil de Ponte de Sor (CRIPS), uma instituição privada que ajuda a inserir crianças com deficiências várias no mercado de trabalho e que neste momento carece de ajuda financeira. Apesar de dispendioso e de ter muita paciência, Humberto Vital o organizador do evento, exalta à sua paixão e o seu fanatismo pelos motores e ao mesmo tempo mostra a sua sensibilidade em relação às carências de muitas das associações deste país, nomeadamente a desta instituição. Assim, nos dias 8, 9 e 10 de Outubro aqueles que por ali passaram, vindos de Lisboa, Coimbra, Guarda, entre outras, mas sobretudo da própria localidade organizadora, deliciaram-se com as relíquias do passado. Logo à entrada, os olhos chamavam-nos para um calhambeque de 1903, talvez o mais. antigo de todos, mais à frente, a tripla branca, MG dos anos 70 e o fabuloso Pontiac, que rapidamente levou o nosso pensamento para séries televisivas de outrora.
Presentes estavam também o Jaguar Litre 42, o Opel Record, o Ford Prefect de 1969, o Ford Capri l .6 S, o Porsche 911 S, sem esquecermos aquele que nos arregalou os olhos, um Jaguar XK 140 descapotável, que nos leva até à década de 50, mais concretamente a 1951, com os seus belos acabamentos em pele vermelha e tablíers e manipules em madeira, não esquecendo os famosos carochas e os tão conhecidos "bicos de pato" da Citroën. Já nas motos, algumas das que estavam presentes nomeadamente a Moto Guzzi e a Honda 350 Four, depressa nos encaminhavam para os tempos de guerra. Deixando os motores de lado, em jeito de balanço e na mesa de café, Humberto Vital referiu: "Parto do princípio que é um balanço bastante positivo, não tenho referências, como é o primeiro, mas estou surpreendido pela positiva no sentido da afluência de pessoas ligadas aos carros antigos".Quem não ajudou o evento foi o estado do tempo, pois como refere a organização "o objectivo era que as pessoas viessem nos seus próprios carros antigos, aproveitando para dar um bom passeio, tendo muita gente deixado os carros em casa, e por isso não foi tão espectacular como podia ser". Adianta ainda, que "este é um projecto que tem pernas para andar, porque as pessoas ficaram satisfeitas com o evento e acham que a gente deve continuar". A coordenadora do CRIPS, Drª. Maria Eugenia Sousa Prates, mostrou-se também satisfeita com esta iniciativa, porque conforme referiu:" vai trazer alguns proventos ao CRIPS"," e traduz um reconhecimento da comunidade, do papel e do trabalho desta instituição".
Com satisfação e na expectativa de que para o ano estejam de volta, fazem agora "vrruum vrruum" até às suas garagens as grandes máquinas do passado.


"Este texto foi retirado do jornal Diário do Sul"

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